PRÉMIOS ESTORIL SOL
Lídia Jorge foi a vencedora do Prémio Literário Fernando Namora.
Com o romance “Misericórdia”, Lídia Jorge foi a vencedora, por unanimidade do júri, do Prémio Literário Fernando Namora, relativo ao ano de 2023, instituído pela Estoril Sol, com o valor pecuniário de 15 mil euros.
Na deliberação do Júri, presidido por Guilherme D ´Oliveira Martins, e após debate sobre os méritos das obras apresentadas a concurso, assinala-se que a obra “Misericórdia”, de Lídia Jorge, “é um romance, numa escrita marcada por singular criatividade, transfigura ficcionalmente a matéria do real que o suscita e, na construção da personagem nuclear como de outras, nos múltiplos momentos da efabulação, nos planos em torno dos seus universos sociais, emocionais, afectivos, e nas notações de um processo de perda sem excessos descritivos, exprime uma voz com atributos incomuns de generosidade e humanismo. Trata-se, com efeito, de uma obra maior na bibliografia da Escritora”.
Terminou o concurso para a 9ª edição do Prémio Vasco Graça Moura - Cidadania Cultural, instituído pela Estoril Sol. Com o valor pecuniário de 20 mil euros, este Prémio foi lançado em 2015, sendo já considerado uma das mais prestigiadas iniciativas que integram o calendário de eventos culturais a nível nacional. O prazo de recepção das candidaturas exteriores ao júri terminou no dia 3 de Novembro.
Com periodicidade anual, o Prémio Vasco Graça Moura, está reservado a uma personalidade de nacionalidade portuguesa, que se tenha notabilizado por um conjunto de obras, ou por uma obra original e inovadora de excepcional valia para a Cidadania Cultural do País.
Em homenagem à memória de Vasco Graça Moura, um dos mais notáveis e versáteis protagonistas da vida cultural portuguesa, a Estoril Sol, institui um Prémio especial com o seu nome, consagrado à Cidadania Cultural.
O Prémio Vasco Graça Moura visa distinguir um escritor, ensaísta, poeta, jornalista, tradutor ou produtor cultural que ao longo da carreira - ou através de uma intervenção novadora e de excepcional importância -, haja contribuído para dignificar e projectar no espaço público o sector a que pertença.
Ao promover este Prémio no valor de €20.000, a Estoril Sol assume a convicção de que a sua natureza e abrangência serão o justo reconhecimento pela obra de Vasco Graça Moura, e pela sua profícua e invulgar polivalência criativa.
Consulte o regulamento aqui.
“Aqui Onde Canto e Ardo” é o romance vencedor em 2023 do Prémio Literário Revelação Agustina-Bessa Luís.
Com o romance “Aqui Onde Canto e Ardo”, Francisco Mota Saraiva venceu o Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís 2023, no valor pecuniário de 10 mil euros, garantindo a sua publicação através da Editorial Gradiva, com a qual a Estoril Sol mantém uma parceria desde 2008, ano do lançamento do concurso, em homenagem à escritora.
Ao eleger “Aqui Onde Canto e Ardo” o júri presidido Guilherme D`Oliveira Martins,escreveu em acta que este romance “é a saga de uma família que a história portuguesa do século XX fez existir entre três continentes, Ásia - Índia, África – Moçambique,Europa – Portugal. A diversidade imaginária desses três mundos é dada através de narrativas da memória de algumas das principais figuras da família. Nelas se recordam diferenças promotoras de violências diversas, das dores e angústias do poder sobre todas as suas formas”.
O júri destacou, ainda: “a riqueza vocabular e os cruzamentos como figuras da cultura literária ocidental, que dão ao texto uma maturidade estilística com assinalável alcance literário”.

Em cerimónia solene, o Auditório do Casino Estoril acolheu a entrega do Prémio Vasco Graça Moura - Cidadania Cultural a Graça Morais, e dos Prémios Literários Fernando Namora e Agustina Bessa-Luis, instituídos pela Estoril Sol, e referentes a 2022, respectivamente, a Teresa Veiga e Marco Pacheco.
No enquadramento das obras vencedoras, Guilherme d’Oliveira Martins, Presidente do Júri dos Prémios da Estoril Sol, analisou o romance “O senhor d`Além”, de Teresa Veiga, vencedor do Prémio Fernando Namora, realçando que “a sobriedade estilística da autora é exemplar enquanto modo de entender a escrita artística, estruturando um romance cuja legibilidade chama o leitor a participar na própria narrativa que está a ler. Quer pela notável capacidade de observar e descrever, quer pela tranquila inventividade, quer admirável economia da narrativa, é um romance que constitui um elogio à arte de bem escrever”.
Já sobre Marco Pacheco, que foi galardoado com o Prémio Revelação Agustina Bessa Luís, sublinhou que a obra vencedora, “A Guerra Prometida”, “é um romance que, partindo da acção empresarial e social de carácter inovador de Francisco Grandella, constrói uma história familiar e pessoal de grande alcance humano”.
Em relação à vencedora do Prémio Vasco Graça Moura, o Presidente do Júri enfatizou: “com extraordinária coerência, Graça Morais traz-nos na sua obra uma permanente entrega aos outros, às tradições e à natureza. E é o reino maravilhoso de Torga a grande matéria-prima. E como afirmou José-Augusto França, perante os valores inéditos da religião e do mito, a pintura da artista é forte e seca. Há uma especial originalidade, que resulta do confronto com a aspereza do meio, ora dura ora serena, ora lírica, ora dramática, terra e luz. É a mulher que se exprime, solidária com as outras mulheres, corajosamente empenhada num apelo constante à dignidade”.